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quinta-feira, 1 de abril de 2010

Breve contextualização do jogo e a sua importância para crianças com necessidades educativas especiais



O jogo é uma urgência infantil, além disso, é uma das actividades fundamentais para o desenvolvimento da criança. Contudo, tentar definir jogo não é fácil, pois quando se pronuncia a palavra jogo cada um pode interpretá-la de variadíssimas maneiras. Pode-se estar a referir a jogos políticos, de adultos, crianças, xadrez, adivinhas, que envolvem faz de conta, desportos, dominó, construir barquinhos, brincar na areia, entre outros jogos.

A dificuldade em definir esses termos aumenta quando se percebe que um mesmo comportamento pode ser visto como jogo ou não-jogo. Se para um observador, a acção da criança indígena que se diverte atirando com arco e flecha em pequenos animais é um jogo, para a comunidade indígena nada mais é do que uma forma de preparo para a arte da caça necessária à subsistência da tribo. Uma mesma conduta pode ser jogo ou não-jogo em diferentes culturas, dependendo do significado a ela atribuído. Por tais razões fica difícil elaborar uma definição de jogo que englobe a variedade de suas manifestações.

Huizinga concorda e salienta ainda que o jogo possui uma realidade autónoma, "o jogo é uma função da vida mas não é passível de definição exacta em termos lógicos, biológicos ou estéticos. O conceito de jogo deve permanecer distinto de todas as outras formas de pensamento através das quais exprimimos a estrutura da vida espiritual e social. Teremos, portanto, de limitar-nos a descrever suas principais caracteristicas. (HUIZINGA, 1993, p. 10).

As caracteristicas fundamentais do jogo anunciadas por este autor são diversas, tais como: uma actividade voluntária em que o jogador demonstra prazer (as crianças brincam porque gostam de brincar e o prazer por ele provocado o transforma numa necessidade); uma actividade livre, com liberdade de acção do jogador; possui um carácter não sério de sua acção; separação do jogo dos fenómenos do quotidiano (evasão da vida real para uma esfera temporária de actividades com orientação própria); limitação do tempo e do espaço em que o jogo possui um caminho e um sentido próprio; existência de regras onde a menor desobediência danifica o jogo; e possui carácter fictício.

Segundo Piaget (1971) o jogo é de extrema importância no desenvolvimento de uma criança, pois ele não só é fonte de lazer, mas também de conhecimento. Acreditar que jogar não é coisa séria é ignorar que num simples jogo está um grande aprendizado que excede os limites estreitos da rotina diária e da própria vivência da criança. É através do jogo que a criança constrói sua aprendizagem acerca do mundo em que vive, da cultura, do meio em que está inserida. Os jogos são uma pequena parte desta actividade de construção da criança que se transfere para o adolescente. Deve-se a esta consciencialização a teórios como Piaget, Vigotsky, entre outros, que contribuíram para um novo processo no trabalho pedagógico, idealizando novas teorias sobre o que deveria ser uma escola e sobre a importância do jogo no ensino/aprendizagem.

Com base nestes teóricos, é aí que reside a motivação para o desenvolvimento do jogo computacional, que possa ser utilizado por todos os alunos, não só por aqueles com NEE (necessidades educativas especiais). Pois é mais que uma ferramenta e por ser motivadora, é um meio interessante ao aluno para conhecer e aprender os conteúdos das disciplinas normais dos deversos ciclos. O jogo computacional pode ser desenvolvido de acordo com as necessidades dos alunos, da escola e dos seus professores, assim, adequando-se a cada meio e aos poucos tornando-se um novo instrumento de ensino.

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