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sábado, 24 de abril de 2010



O autismo é uma perturbação crónica e muitas vezes grave do funcionamento cerebral que começa durante a infância. É considerado, hoje, como Perturbação Global do Desenvolvimento ou Perturbação Pervasiva do Desenvolvimento. Caracteriza-se por problemas nas relações sociais, perturbações na comunicação e no jogo imaginativo, junto com comportamentos rituais e compulsivos, alteração da integração e do processamento sensorial e respostas desenquadradas do meio, interesses e actividades restritas e repetitivas.

O autismo é uma perturbação que dura toda a vida e afecta a capacidade de compreender o que se vê, se ouve e se toca. Isto pode provocar problemas importantes no comportamento pessoal e na capacidade de se relacionar com os outros. Uma pessoa com autismo deve aprender a comunicar e a relacionar-se com os outros, com os objectos e com os acontecimentos. Nem todos os pacientes sofrem do mesmo grau de afecção. A perturbação varia de pessoa para pessoa. Uma pessoa pode ter um comportamento extremamente estranho e agressivo, e outra, uma perturbação leve da personalidade ou uma incapacidade para a aprendizagem. O autismo aparece em uma ou duas crianças em mil e progride rapidamente. É mais frequente nos meninos do que nas meninas. Surge em todas as partes do mundo, em todas as raças e em todas as classes sociais. Costuma tornar-se evidente durante os três primeiros anos de vida, embora em algumas crianças seja difícil precisar quando começa. Muitas vezes, passa sem ser diagnosticado até ao início do período escolar. Uma pessoa com autismo pode ter sintomas que oscilam de leves e graves.

Crianças e jovens que recebem este diagnóstico mostram distúrbios em interacção social, comunicação e brincadeiras imaginativas antes dos três anos de idade, bem como comportamentos, interesses e actividades estereotipadas.
Estas perturbações, acarretam sérias complicações a nível individual, familiar e social. As crianças portadoras de autismo revelam uma falha no contacto afectivo. Segundo a autora Sally Hewitt (2006) as crianças autistas “são indiferentes a todo tipo de afectos, mesmo que demonstrados pelos familiares mais próximos. Abraçar, acarinhar, beijar são actos vazios para eles, ou seja, uma inabilidade comum a todos os indivíduos para desenvolver relacionamentos, mesmo que com os pais e com os irmãos. As suas competências de interacção estão limitadas, que vão desde a dificuldade em manter o contacto visual até uma inabilidade para manter uma conversa, para socializar ou para partilhar.

Revelam uma preferência por jogos repetitivos e estereotipados, como a construção de torres com módulos, ou a arrumação de objectos favoritos em longas filas – carros de brinquedos, livros, - sem uma ideia real acerca da forma mais adequada de usar um brinquedo ou objecto especifico. Um dos seus fascínios é também por objectos que podem ser manipulados através de movimentos repetitivos de motricidade fina, particularmente por aqueles que podem ser postos a girar, uma vez mais sem qualquer ideia quanto à maneira mais apropriada de usar o objecto ou brinquedo em questão.
Demonstram um desejo obsessivo de conservação da uniformidade, incluindo as rotinas, caracterizadas por uma perturbação extrema quando as rotinas são inesperadamente alteradas. Aqui incluem-se os rituais auto-impostos, que tem por objectivo oferecer consolo, mas que podem ser socialmente inapropriados, possuem uma hipersensibilidade aos estímulos ambientais; a resposta a uma carga excessiva de estímulos pode tornar a forma de um movimento de baloiço do corpo ou de tapar os ouvidos com as mãos.


Uma boa capacidade de memorização de rotinas, frequentemente relacionadas com objectos pouco usuais, como números de calçado, supermercados, matriculas de automóveis. Um acentuado atraso ou um notório insucesso na aquisição da linguagem. Um uso pouco vulgar da linguagem, de uma forma não comunicativa.” Distúrbio do espectro de autismo não é diagnóstico único, poderemos ainda falar da “Síndrome de Asperger “. Hans Asperger era um pediatra Alemão que desenvolveu um estudo e, torno destas crianças que “revelavam comportamentos estranhos.” Neste estudo Hans Asperger conclui que embora as características dos indivíduos fossem semelhantes havia um grupo reconhecido por Asperger que tinha picos de inteligência e a linguagem desenvolvida. Daí hoje, as crianças serem diagnosticadas como tendo Síndrome de Asperger. As características deste Síndrome de Asperger são segundo Sally Hewitt (2006) as seguintes:

  • Um QI (quociente de inteligência) acima da média;
  • Manifestações frequentes de comportamento social estranho ou inadequado;
  • Discurso fluente, muitas vezes recorrendo a palavras complicadas;
  • Monólogos prolongados;
  • Discurso monótono e formal ou afectado;
  • Aparência de excentricidade;
  • Má coordenação motora;
  • Uma consciência de ser diferente, especialmente nos estudantes mais velhos;
  • Uma tendência para a baixa auto estima e uma desvalorização de si próprio;
  • Uma tendência para a depressão, ou, em situações extremas, para o suicídio.

Apesar das competências dos indivíduos com síndrome de Asperger, eles tem igualmente grandes problemas de interacção social recíproca, com uma comunicação funcional, embora falem com propriedade e com comportamento e rigidez de pensamento. Assim, como nos refere também Chris Willians e Barry Wrigth (2008) “Crianças e jovens que recebem o diagnóstico de Síndrome de Asperger, mostram distúrbios em interacções sociais e actividades e interesses restritos, sem atraso geral significativo na linguagem e caem na faixa de inteligência media ou acima da média.”
Para melhor compreender o autismo e o Síndrome de Asperger a autora Sally Hewitt (2006) fala-nos da tríade de incapacidades.
A nível da comunicação

“(…A) incapacidade para interpretar, usar e responder apropriadamente à comunicação é uma dificuldade enfrentada, com regularidade, por todos os indivíduos com autismo. Tanto aqueles que não conseguem falar, como os que tem síndrome de Asperger, que apresentam uma tendência para fazer interpretações literais e/ou para emitir monólogos enfadonhos, a comunicação social efectiva e apropriada representa um desafio constante(…) enquanto que os indivíduos afectados por autismo clássico não estabelecem, por natureza, contacto visual, os que tem Síndrome de Asperger estabelecem contacto visual podem ser incapazes de faze-lo ou de interpreta-lo de forma correcta. Eles podem fixar o olhar ou afastá-lo nas alturas mais inapropriadas, o que, para além de originar dificuldades sociais óbvias, pode também afectar a aprendizagem académica (…)”

A nível da socialização

(…) “A maioria das crianças em idade escolar gosta de períodos de brincadeira e de fazer novas amizades. Para crianças afectadas pela forma mais clássica de autismo que preferem sobretudo afastar-se dos outros para se centrarem em objectos, não é este o caso. Naqueles que apresentam Síndrome de Asperger, que procuram desesperadamente integrar-se mas, ao faze-lo normalmente cometem repetidamente os mesmos erros, as situações sociais quaisquer que elas sejam, resultam com frequência em frustração e perturbação (…)”

A nível da imaginação

“Uma deficiência na imaginação afecta bastante a capacidade de um individuo para fazer de conta ou para, de qualquer outra forma, se envolver no jogo imaginativo ou criativo com outros, ou a sua capacidade para resolver problemas (…) a mínima alteração na rotina usual pode causar no estudante uma perturbação que dure o resto do dia escolar (…). Chris Willians e Barry Wright (2008) falam nos ainda, sobre o interesse sensorial de crianças com espectro de autismo, eles referem-nos que “Crianças podem se sentir atraídas por determinados aspectos sensoriais, concentrando-se na textura, gosto, aroma, visão ou sons, e não na função do objecto como um todo.


  • Podem concentrar-se na textura ou sensação que tem ao tocar ou segurar um objecto;
  • Podem demonstrar mais interesse em padrões, sensações ou música;
  • Podem preferir concentrar-se em um sabor de cada vez, talvez comer os diversos alimentos no prato de cada vez ou ficar irritadas se eles se “tocarem” ou misturarem;
  • Podem concentrar-se em determinados sons e excluir outros;Podem não conseguir processar pessoas em termos de um todo, mas assim como “partes” separadas.”

Depois de conhecermos apenas algumas características de crianças com espectro de autismo e síndrome de Asperger podemos só imaginar como será difícil trabalhar com crianças com esta patologia. Mas nada é impossível, e aquilo a que nos propomos é descobrir como.
A interacção entre família e escola torna-se fundamental no processo de ensino. Elaborar um programa educativo de acordo com as características da criança, depois de um conhecimento mais profundo e preciso das características do espectro do autismo que apresenta. O espaço de onde decorre o ensino aprendizagem também é fundamental.


MANUAL – UNIDADES AUTISMO

JOGOS DIDÁCTICOS

(Para crianças com ou sem Autismo)

1º - BRINCAR ÀS CORES

2º - PROFISSÕES


3º - VAMOS CONTAR

4º - VAMOS RECICLAR


5º - JOGO DOS OPOSTOS

NOTA: Estes jogos têm de ser sempre acompanhados por um adulto! Permite fortalecer a relação entre a criança e o adulto, assim como consolidar os conhecimentos. Espero que sejam do vosso agrado!

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